‘Sabotagem’, ‘guerra’, ‘possuído por ódio’, ‘crime’: governadores e prefeitos reagem ao cancelamento da compra da vacina chinesa

O clima é de revolta entre vários governadores e prefeitos, após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de cancelar a compra da vacina chinesa contra o coronavírus. Ontem, 20, o Ministério da Saúde chegou a divulgar que as vacinas seriam compradas, mas hoje, 21, o Ministério voltou atrás, após Bolsonaro desautorizar publicamente o ministro Pazuello.

Confira algumas reações:

O governador do Maranhão, Flávio Dino, diz que Bolsonaro está possuído por uma espécie de ódio. De acordo com ele, o presidente está criando uma guerra das vacinas, como ocorreu com os respiradores, em que cada estado teve que se virar sozinho, com governadores disputando equipamentos entre si. “Bolsonaro estará sabotando o sistema de saúde e criando uma guerra federativa. Ele não pode dispor da vida das pessoas para propósitos pessoais“.

O governador do Ceará, Camilo Santana, criticou Bolsonaro e disse que posições ideológicas jamais devem estar acima da preservação de vidas.

O governador de São Paulo, João Dória, determinou a liberação de um vídeo que mostra a reunião entre governadores e o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Na reunião o ministro acerta a compra da vacina chinesa, que seria fabricada no Butantã. Dória pediu que Bolsonaro tenha grandeza e que lidere o país para a saúde, a vida e a retomada de empregos.

O governador da Paraíba, João Azevedo, afirmou que a decisão de Bolsonaro “é para deixar todo mundo perplexo”.

Quem também se pronunciou foi o prefeito de Salvador, ACM Neto: “Não dá para transformar a questão da vacina em questão política ou ideológica. Isso aí seria um crime contra o povo brasileiro. Como se trata de análise muito técnica, não é o presidente, o governador de São Paulo, o prefeito de qualquer cidade que tem que dar opinião sobre vacina. É uma questão técnica, a opinião precisa ser dada pela comunidade científica. Político não tem que se meter nisso, tem que ficar fora do debate”.

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