Casa do Benin leva literatura e culinária negra à Flipelô
9 de Dezembro, 2020Foto: Jefferson Peixoto/Secom
A Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), levará para a Festa Literária do Pelourinho (Flipelô) uma programação especial com literatura e culinária negra. As atividades vão ocorrer na Casa do Benin, na Rua Padre Agostinho Gomes, de quinta (10) a domingo (13), de forma on-line. O público poderá participar através do canal da FGM no YouTube e pelo perfil da Casa do Benin no Instagram (@casadobenin). Dentre as atividades haverá lançamentos e relançamentos de livros de escritores negros.
Amanhã, às 19h, a programação terá início com o lançamento virtual do livro “Axé Aconchego”, do escritor, poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta Cuti (Luiz Silva), de São Paulo. Haverá um bate-papo sobre política, raça e afeto. A escritora Lívia Natália (BA) participará do diálogo.
Já na sexta-feira (11), as editoras Organismo e Segundo Selo promovem um ciclo de debates e relançamentos com a participação de escritoras e escritores negros. Às 11h, acontece o relançamento da Coleção Monográficas, com a mesa “O fazer científico por novos autores baianos”. Vão participar do momento os autores Edicarla da Rocha, Paulo Marcos Barros e Sônia Soares, com mediação de Fernanda Santiago.
Às 14h, será a vez da mesa “Literatura e crítica negra na Bahia”, mediada por Jocevaldo Santiago, com a participação de Maria Dolores, Davi Nunes e Ana Carla Portela. Pouco depois, às 15h30, acontece o bate-papo “Escrita contemporânea na Bahia”, com os escritores Daniela Galdino, Silvio Roberto e Rita Santana.
Para finalizar a programação da sexta-feira, às 17h, será realizado o relançamento da Coleção DasPretas, com uma mesa sobre “Processos criativos na escrita de mulheres negras”, reunindo as autoras Gonesa Gonçalves, Odailta Alves, Deisiane Barbosa e com mediação de Silvana Carvalho.
Fim de semana – No fim de semana, como já é tradição na programação da Casa do Benin, a literatura se mistura à culinária e à música com duas edições do “É pra comer! Literatura e Culinária Negra”, que ocorrerão às 11h. No sábado (12), será a vez da chef Angélica Moreira, do Ajeum da Diáspora, ensinar a preparar o arroz de hauçá. A convidada será a escritora Lindinalva Barbosa, que vai ler trechos do livro “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, que inspira o prato.
E no domingo (13), para encerrar a programação da Casa do Benin nesta edição da Flipelô, será a vez do afrochef Jorge Washington e seu projeto Culinária Musical invadirem as telas. Ele vai ensinar a preparar uma moqueca de marisco com mamão verde e terá como convidada a atriz e cantora Denise Correia da banda Na Veia da Nega. Os ingredientes que serão usados no prato serão informados no Instagram da Casa do Benin (@casadobenin), previamente, para quem quiser preparar as iguarias junto com os chefs.
Mostra virtual – Para que os soteropolitanos possam conhecer o acervo permanente da Casa do Benin, já que o espaço está fechado por conta da pandemia, o espaço está realizando diariamente pelo Instagram uma mostra virtual. A atividade expõe, além de peças do acervo permanente, itens da exposição “Artes do Crer”, montada em parceria com o Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (Mafro/Ufba).
Equipamento – O equipamento cultural é um dos espaços geridos pela FGM, por meio da Gerência de Equipamentos Culturais. Inaugurada em um casarão colonial, que teve reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi, abriga espaço museal onde estão expostas obras coletadas por Pierre Verger em expedições à Costa do Benin, na África.
No prédio anexo, o espaço possui salas multiusos e um terraço, além de espaço para desenvolvimento de atividades culinárias, que já abrigou um restaurante de comidas afro-brasileiras, com uma cozinha industrial e a réplica de uma Tatassomba, edificação típica do Benin.
Desde 2017, a programação oferecida pela Casa do Benin durante as edições da Flipelô tem focado na valorização da literatura negra e da literatura dita como divergente, abrangendo escritores e poetas da periferia e de outros redutos não formais. A proposta tem atraído uma circulação significativa de pessoas pelo espaço. Somente no ano anterior foram registradas mais de 7,5 mil pessoas participando das atividades em quatro dias de evento. Com isso, a Casa do Benin tem se consolidado como um importante espaço para as culturas negras da cidade.