Candidatos apoiados por Bolsonaro afundam nas principais cidades do país

A qunta-feira, 22, não foi um dia fácil para o “bolsonarismo”. Pesquisas realizadas pelo Datafolha mostram que, nas principais cidades do pais, São Paulo e Rio de Janeiro, os candidatos que usam a imagem de Jair Bolsonaro para se pomover estão com suas candidaturas afundando. O risco de uma humilhação, com os dois candidatos fora do turno final, é cada vez mais real. Chama a atenção também o fato de os candidatos não conseguirem se estabilizar nos números mesmo recebendo amplo apoio da Igreja Universal, por meio de seu braço político, o Repubicanos.

Em São Paulo, Celso Russomano derrete

A cidade em que esse derretimento bolsonarista chama mais atenção é São Paulo. Lá, Celso Russomanno  (Republicanos) caiu 7% e perdeu a liderança da disputa para o atual prefeito Bruno Covas (PSDB). Agora, Russomano aparece com 20%, enquanto Covas tem 23%. O desempenho de Russomano lembra a de suas candidaturas em 2012 e em 2016, quando começou como favorito e naufragou.

“Com certeza, a divulgação do apoio de Bolsonaro tem um peso no crescimento da rejeição de Russomanno”, disse o diretor de Pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni, à Globo News, após a divulgação do levantamento desta quinta. Segundo ele, o presidente é reprovado na capital paulista “principalmente em razão do seu desempenho no combate à pandemia”.

Em São Paulo, de acordo com o Datafolha do fim do mês passado, o governo Bolsonaro era avaliado por 46% dos paulistanos como ruim ou péssimo, enquanto 23% o consideravam regular e 29%, ótimo ou bom.

Há novidades também na pesquisa para o segundo turno. Hoje, aponta o Datafolha, Covas venceria Russomanno com folga no segundo turno: 48% a 36%. Houve uma inversão espetacular. Há pouco mais de duas semanas, o candidato do Republicanos venceria por 46% a 40%.

Pior: no primeiro turno, Russomano já aparece tecnicamente empatado com Guilherme Boulos (PSOL), considerado um fenômeno das eleições municipais neste ano. Boulos tem 14% das intenções de voto. A margem de erro da pesquisa é de 3% para mais ou para menos.

A equipe de Boulos enviou uma nota ao UOL afirmando que a candidatura se mostra viável. “A pesquisa Datafolha mostra que estamos cada vez mais perto do segundo turno e que somos a única alternativa viável para derrotar os representantes do BolsoDoria, Russomanno e Covas”.

No Rio de Janeiro, Igreja Universal vai sendo atropelada

Já na segunda cidade mais importante do país, “berço” do bolsonarismo, a situação é ainda mais preocupante para o presidente. O prefeito Marcelo Crivella, com a faca e o queijo na mão, por estar tentando a reeleição, pode não só não chegar ao segundo turno, como ainda terminar em um vexatório quarto lugar. Crivella está com 13% das intenções de voto, mesma taxa de Martha Rocha (PDT). Ambos estão tecnicamente empatados com Benedita da Silva (PT), que tem 10%. Eduardo Paes lidera com folga, com 28%.

Vale lembrar que os filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, são filiados ao Republicanos de Crivella e da Iurd.

Foto: reprodução Facebook